terça-feira, 5 de janeiro de 2016

De volta ao Blog

Faz muito tempo deixei de publicar no blog.
Não por falta de interesse, mas a vida da gente muda, e certas coisas precisam se calar para poderem renascer.

Nunca deixei de escrever, e tudo está guardado aqui, em forma de rascunho. Como um diário.
A volta agora foi na decisão de publicar novamente. De compartilhar de novo.

Tirei o blog do ar para revisar, para repensar e até mesmo para revalidar muito.

Voltei sozinha, e daqui continuo contando a minha estória.

Não estou aqui como especialista, nem para explicar ou catequizar alguém, mas apenas para contar minha experiência. Não posso acrescentar muito sobre o Autismo em teoria, sobre a síndrome de Ásperger em seu diagnóstico. Mas posso contar tanto sobre ser mãe tentando lidar com esse mundo misterioso de criar um filho que não segue padrões.

Porque no final é exatamente isso: a única coisa que me difere de qualquer outra mãe é que no meu caso, não temos padrões.

Porque ser mãe é difícil para todo mundo, ou não? 
Sendo autista, sendo down, sendo o que se chama de normal: eu duvido que nunca sentiram aquele mini infarto ao pensar "o que eu faço agora?" 
Eu duvido que uma mãe de dois filhos não tenha milhões de estórias para contar sobre a diferença entre eles.

Mas acredito que a gente mesmo coloque barreiras quando temos essas duvidas, por pensar que nossos filhos são diferentes.
Sinceramente as vezes penso que os diferentes são os outros, porque eu não saberia lidar em um monte de situação que no meu caso tiro de letra.

Conheci muitas mães que estavam no início do diagnóstico e tão perdidas como eu estive, e foi muito bom poder dividir com elas minhas vivências e mais: poder dizer-lhes que a gente aprende.
Não aprenderão com o blog, nem com minhas estórias, mas com o tempo e dedicação.

É um mundo diferente, e cada pequeno é único, mas a aprendizagem é gigante.

O meu filho está com 14 anos, se desenvolveu, cresceu, e enfrentou tantas barreiras que só posso estar muito feliz em perceber que ele venceu muitas, pelo menos a maioria.
As que não venceu, ficaram de lição, e está tudo certo. Afinal quem sempre deu certo em tudo?

Gosto de estar de volta, e como sempre estou a disposição de mães, não para dar conselhos, mas para dividir e ouvir. É tão mais fácil conversar com quem entende o que estamos falando, não?

Obrigada por estar aqui, lendo. É bom ser ouvida.