terça-feira, 10 de abril de 2012

Vitórias e Recitais.

Meu filho sempre foi fascinado por violino. Nunca viu um concerto realmente, mas desde que falamos com ele sobre aprender um instrumento, ele pedia por violino.

Algo que nunca me passou pela cabeça, para mim violino era uma coisa tão distante e praticamente inacessível.
Até que decidimos colocá-lo na natação, e como negociação entrou na pauta a aula de violino.

(Esse lance da negociação, aprendemos com ele. Nunca conseguimos impor nada a ele, não por sermos politicamente corretos, mas por que ele argumenta tanto e tão racionalmente que a imposição perde o sentido, sempre. Quando negociado, ele acata.)

Por causa da Síndrome, ele tem a coordenação um pouco prejudicada, o que poderia dificultar o aprendizado, mas como ele queria muito, acabamos cedendo.
Sinceramente, nunca esperei muito sobre as aulas. Nunca achei que ele tivesse uma veia musical, ou talento para isso. Mas ele mais uma vez me surpreendeu.

Antes mesmo de iniciar as aulas ele já se punha na frente do youtube e procurava por videos de aprendizagem. Não que ele tocasse algo corretamente ou harmoniosamente, mas iniciou melodias que, para quem nunca havia tocado nada, foi muito bem.

Com um mês de aulas ele já tocava a musica "Brilha brilha Estrelinha" (quatro versões!) e percebemos que ele levava jeito para a música.
Agora, com 3 meses de aula ele foi convidado para se apresentar num recital que a escola de música ia fazer. A emoção foi gigantesca. E o medo dele também.

Claro que a primeira ação foi ligar para a psicóloga, e perguntar: você acha que conseguimos? A pergunta é feita na treceira pessoa do plural, pois como todos os desafios que ele ultrapassa, estamos juntas na retaguarda. A escolha de expo-lo ou poupa-lo. A decisão de enfrentar ou não. E ela foi enfática: claro que sim!

Que fique claro que o nosso trabalho (ou receio) não é na área musical - quanto a isso muito pouco temos a fazer além de ouvir diariamente a mesma música sendo tocada e tocada. Para nós, o trabalho vem na confiança: em fazê-lo se sentir seguro, em deixá-lo confiante para entrar num palco e mostrar-se. Para ele, esse sim é o grande desafio.

E como não podia ser diferente, a apresentação foi linda. Claaaaro que a mãe chorou, se emocionou e quase enlouqueceu de tanto amor. Se fosse um desenho animado eu estaria com os olhos com corações saltando.

Para ele foi correto. Ele subiu ao palco, tocou, e tudo deu certo. Simples assim.
Tudo deu certo, não desafinou, não errou as notas, e não se estressou. 

Que venham novos desafios, para que ele supere sempre. E nós, a turma do backstage, estaremos ali, falando, conversando, incentivando para que ele alcance sempre mais uma vitoria de que possa se orgulhar de si mesmo. Para que ele enfrente mais um medo. 

Parabéns ao meu pequeno gigante, que capricha em tudo que faz. Que se entrega em seus desejos. Que sonha os seus sonhos. É muito bom fazer parte disso.

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